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quarta-feira, 3 de março de 2010

Atriz que vive muçulmana em “Malhação ID” precisa de duas horas para se caracterizar



A atriz Thaís Botelho, de 17 anos, que precisou estudar bastante para viver muçulmana na TV

É comum que artistas sejam precoces. Caso de Thaís Botelho. Aos onze anos, a atriz já pensava em trabalho e em buscar sua independência financeira. Filha de fotógrafo, ela sempre se interessou pelas artes, mas não sabia que profissão seguir. Dona de uma beleza exótica, a jovem carioca passou quatro anos trabalhando como modelo e chegou a fazer ensaios fotográficos para revistas internacionais como “Vogue” e “Vanity Fair”.

Sem muito interesse pelo mundo da moda, aos 14 anos, ela resolveu investir em Artes Cênicas. “Fiz alguns cursos de Teatro e Cinema, porque sempre me interessei por essa área. Acabei me apaixonando pela profissão”, conta. Atualmente no ar em “Malhação ID” como Samira, uma garota muçulmana recém-chegada do Irã, a atriz de 17 anos acredita ter se encontrado na profissão. “Gosto muito de fazer novela, porque a televisão forma opinião. A maneira como me comporto acaba ficando na mente de muitos adolescentes”, analisa.

Mesmo encantada com a TV, Thaís é do tipo que se divide entre várias paixões e, por isso, planeja aliar o trabalho de atriz com outra atividade. “Gosto muito dos bastidores. Tenho vontade dirigir um filme para ver o resultado de algo feito por mim”. Quando terminar o Ensino Médio, ela pretende cursar Cinema e se especializar na área. “Sou muito curiosa. Quando estou gravando fico perguntando tudo para os câmeras. Acho interessante ver como acontecem as gravações”, conta.

Apesar de este não ser seu primeiro trabalho na televisão –em 2006, ela estreou na novela “Vidas Opostas” da Record, como a Mariana, uma jovem apaixonada por um traficante–, Thaís sentiu um frio na barriga quando soube que interpretaria uma muçulmana na novela infanto-juvenil. Por isso, ela fez muita pesquisa sobre a cultura árabe para se sentir à vontade com a personagem. “Não foi fácil. Por ser uma cultura que eu desconhecia, tive de estudar bastante”, lembra ela, que conta também com a ajuda da professora de árabe Samaheer Omran Muhmed para dar mais naturalidade ao papel.

“Tudo ficou mais fácil depois que ela me explicou e contou suas experiências. Agora consigo fazer a personagem com mais segurança”, diz a atriz, que ainda aprendeu orações islâmicas. No colégio “Primeira Opção”, da trama de Ricardo Hofstetter, Thaís vive uma estudante que se destaca pela roupas típicas do vestuário muçulmano, como peças largas que não marcam o corpo, e o “hejab”, uma roupa mais leve que não usa o pesado “shador” para cobrir os cabelos, mas apenas um lenço.

Para “incorporar” Samira, a atriz passa duas horas preparando seu visual antes de cada dia de gravação. “A maquiagem é o que dá mais trabalho. É um ritual para fazer o olho bem preto como das muçulmanas”, conta ela, se referindo ao uso do “khol”, uma mistura de fuligem e outros ingredientes, utilizado pelas mulheres do Oriente Médio para escurecer as pálpebras.

Com o terceiro personagem no seu currículo –ano passado ela encarno a protagonista do filme “Desenrola”, de Rosane Svartman–, Thaís acredita já ter ganhado grande experiência. “Todas as personagens que interpretei são muito distintas umas das outras. Cresci muito com elas, principalmente com a Samira”. E é justamente o papel em “Malhação ID” que trouxe mais reconhecimento para atriz, que é sempre abordada nas ruas. “Não esperava esse retorno. Adoro quando pessoas de várias idades vêm falar comigo, crianças, jovens e adultos”, admite.

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